“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da humanidade.” (Allan Kardec)
“Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição.” (Allan Kardec)
*****
*****
Allan Kardec foi o Codificador do Espiritismo, começou a se interessar e estudar os fenômenos espíritas em 1854, aos 50 anos de idade, na França. Seu verdadeiro nome era Hippolyte Léon Denizard Rivail, e ele nasceu em Lyon, França, a 3 de outubro de 1804. Jovem muito inteligente, foi um estudioso de filosofia e pesquisador incansável. Estudou em Yverdun, na Suíça, com o educador Henri Pestalozzi, tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados, criando cursos gratuitos para os mesmos. Aos dezoito, bacharelou-se em Ciências e Letras. Conhecia a fundo os idiomas francês, alemão, inglês e holandês, além de dominar perfeitamente os idiomas italiano e espanhol. Casou-se em 6 de fevereiro de 1832 com Amélie Gabrielle Boudet. Retornou a Paris, passando a lecionar e escrever várias obras no campo da educação sobre aritmética, geometria, física, química, astronomia, fisiologia e ortografia. Tornou-se membro da Real Academia de Ciências Naturais.
Allan Kardec foi, sem dúvida, um espírito altamente qualificado, moral e intelectualmente, estando preparado para a tarefa de registrar e provar a pluralidade das existências, quando muitos ainda falavam de mistérios, fantasmas e fenômenos sobrenaturais. Depois do período triste da Idade Média, em que era proibido pensar e, mais do que isso, externar o que não fosse do agrado da Igreja de então, novas luzes se acenderam para a humanidade, nos séculos XVIII e XIX, brilhando a filosofia e expandindo-se a ciência. As ponderadas observações do Professor Rivail, com base em deduções lógicas e em princípios científicos, levaram-no a formular uma doutrina sólida, alicerçada no tripé: Filosofia, trabalhando com o pensamento e as idéias; Ciência, trabalhando com a experimentação e a prova; e Religião, desta extraindo os ensinamentos morais e a fé raciocinada. Dissecou as leis de ação e reação, demonstrou que não há efeito sem causa e fez ver a todos como se processam as relações entre o mundo visível, perceptível pelo nossos pobres sentidos, e o mundo invisível. Os chamados fenômenos espíritas deixaram de ser objeto de curiosidade, temor ou gracejo, passando a ser estudados com seriedade e base científica.
Entre 1857 e 1865, Kardec escreveu as cinco obras básicas do espiritismo, chamadas pentateuco kardequiano: O Livro dos Espíritos (filosofia), O Livro dos Médiuns (ciência), O Evangelho Segundo o Espiritismo (moral evangélica), O Céu e o Inferno (tratado sobre a justiça divina) e A Gênese (ensaio que analisa a Terra e o Universo, os milagres e as predições). Foi O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de abril de 1857, considerado como o marco de fundação do Espiritismo. Em 1958 lançou a Revista Espírita em 1 de janeiro e fundou a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Assim Kardec estabeleceu a Doutrina dos Espíritos ou o Espiritismo Cristão, fazendo sucumbir os dogmas seculares que têm atrasado a caminhada da humanidade em busca da verdade, da luz e do esclarecimento.
Kardec passou os anos finais da sua vida dedicado à divulgação do Espiritismo entre os diversos simpatizantes, e defendê-lo dos opositores. Desencarnou em Paris, a 31 de março de 1869, aos 64 anos (65 anos incompletos) de idade, em decorrência da ruptura de um aneurisma, quando trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo, ao mesmo tempo em que se preparava para uma mudança de local de trabalho. Está sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre necrópole da capital francesa. Junto ao túmulo, erguido como os dólmens druídicos, Acima de sua tumba, seu lema: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei", em francês.
Em seu sepultamento, o astrônomo francês e amigo pessoal de Kardec, Camille Flammarion, proferiu o seguinte discurso, ressaltando a sua admiração por aquele que ali baixava ao túmulo: “Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se-te os olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra… Sabemos que todos havemos de mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado. (…) Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!”
Fontes:
- Crônica de Waldir Leite do Jornal do Brasil, 11/07/2004.
- Site www.wikipedia.org
*****
Nenhum comentário:
Postar um comentário