A Escola Jesus Cristo é uma instituição espírita fundada por Clóvis Tavares, sob inspiração espiritual de Nina Arueira, em 27/10/1935. Inicialmente denominava-se Escola Infantil Jesus Cristo, pois destinava-se a evangelização de crianças sob a luz da doutrina espírita, funcionando em pequena sala da casinha de D. Didi (mãe de Nina Arueira) aos domingos pela manhã, na antiga rua do Mafra; com a frequência de jovens e adultos, as aulas esclarecedoras do jovem Clóvis, a instituição perdeu o adjetivo, passando a denominar-se Escola Jesus Cristo - Instituição Espírita de Cultura e Caridade. O aumento do número de seus frequentadores levou a necessidade de mudar de local e, em 27 de outubro de 1939, no seu quarto aniversário, passa a funcionar em sua sede própria, adquirida pelo seu fundador com auxílio de amigos, na rua dos Goitacazes, 177 – Lapa, Campos dos Goytacazes/RJ. Atualmente, a instituição, funciona diariamente, com serviços de auxílio ao próximo e de aulas e pregações evangélicas e doutrinárias, descritos abaixo, em postagem do dia 30/08/2010.

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25 de setembro de 2010

Virgílio de Paula: "O Ancião da Igreja"

Virgílio de Paula e Silva nasceu em 25 de setembro de 1872 em Santo Antonio do Imbé, 3º Distrito de Santa Maria Madalena. Do local onde nasceu, guardava carinhosamente a imagem: “apesar de ser bem velho já, ainda lembro nitidamente de que nasci num grande sertão de uma majestade sem par, num vale montanhoso, encantador e belo. Que riqueza natural apreciava-se ali! Que quantidade de aves tão lindas e de tantas variedades! Mutuns, pavões do mato, jacutingas, macucos, urus, inhambu-açus e uma infinidade de aves de variedade sem conta, ali viviam numa alegria infindável. Que florestas majestosas, de árvores gigantescas, centenárias e formosas e como era grandioso e feliz aquele ambiente!
Desencarnou aos 87 anos, na manhã do dia 06 de fevereiro de 1960, deixando por escrito: “Se houver alguém que chore por mim, peço que o faça o menos possível, pois deve ter consciência de que só o meu corpo foi que morreu e este mesmo não se aniquilará apenas transformar-se-á...
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Virgílio Paula fora o primeiro presidente de nossa Escola Jesus Cristo. Em crescimento constante, desdobrando-se em diversas atividades e recebendo em seu seio crianças, jovens e velhos, todos elegemos a figura ímpar desse ancião bondoso e sábio para presidente de nossa instituição, quando adquiriu ela personalidade jurídica.
(...) Deixou exemplos e lições de valores e virtudes. Não se trata de panegírico: os grandes Espíritos não se dedignam de pisar em nosso mundo, em missões de beleza espiritual, bem o sabemos. Assim foi o nosso Virgílio. Não apenas pregou o bem. Viveu-o, muito mais que o pregou.
(...) São de Capistrano estas palavras escritas a Luís Sombra, em 1910: “Há muitos meios de ser feliz, mas todos reduzem-se a um único: obedecer aos ditames da consciência, principalmente com sacrifício.”
Eis porque podemos dizer que Virgílio Paula foi feliz. Lutou, com coragem. Sofreu, sem queixas. Viveu os mais diversos ministérios do bem-fazer aos sofredores e aos pequeninos.
Amou, padeceu, ensinou, medicou, defendeu, construiu, plantou, dirigiu, pastoreou... Parodiando Capistrano, podemos dizer que todos esses verbos se reduzem a um único: exemplificou! E com sacrifício!
Foi um herói, mas nunca o soube nem nunca pensaria nisso: ele era suficientemente humilde.
E humildemente viveu com seu Evangelho, com sua família, com suas crianças, com a homeopatia para seus pobrezinhos... E com seus amigos, com sua enxada, com seu violino...
(...) Assim Foi Virgílio Paula: um sincero Discípulo de Cristo, que descobriu o Reino de Deus no próprio coração.
E nesse Reino viveu e vive, Deus louvado.
Clóvis Tavares
(Livro: De Jesus Para os que Sofrem)
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Alguém de que não me esqueço
Há uns cinco anos não o vejo.
É alguém de quem não me esqueço, nem facilmente o esquece quem o vir e o conhecer bem.
Chamam-no, quase todos, Vovô Virgílio.
Conheci-o, menina ainda. Era avô de Iara, uma colega do Grupo Escolar, e aprendi a chamá-lo vovô, também.
Lembro-me de como estimei-o desde o primeiro dia: criança gulosa, gostei mais dele que das rosquinhas saborosas que sua esposa me ofereceu.
Já era velho, calvo, de barbas brancas, aparadas talvez no mesmo corte de quando eram negras; a pele rosada e quase sem rugas, lábios finos e olhos azuis, muito azuis.
Sua figura toda a irradiar bondade e paz assemelha-se agora, para mim, a um patriarca hebreu.
Amava as crianças, os pássaros e as árvores, a música e os livros.
Sua casa foi sempre cheia de crianças de sua família, pequeninos que ele adotava e meninos da vizinhança.
As frutas de seu pomar pareciam-nos mais doces; tinham em casa, com os filhos, uma pequenina orquestra e seus livros e revistas pertenciam-nos, também.
Amava-nos a todos que lá íamos e nos acostumamos a visitá-lo.
Trabalhava no escritório de uma usina e, aposentando-se, foi morar numa fazenda.
Hoje está muito velho – tem quase noventa anos.Quem o vir, porém, reunir os moços do lugar e com eles formar uma orquestra, familiarizando-os com Mozart e Schubert; quem o vir alfabetizando os “molequinhos” da roça, descendo o morro  aos domingos para dar aula de Evangelho a crianças, jovens e adultos; quem o vir visitando enfermos, levando-lhes os frutos de seu pomar e a bondade de seu coração, não entenderá onde encontra forças aquele corpo de ancião.Que alma de jovem, incansável, realmente idealista!
Nenhuma tristeza inesperada o abateu, nenhuma ingratidão o decepcionou.
Morreu-lhe a esposa há meses. “Deus me deu, Deus me tirou, bendito seja o nome de Deus” – deveria ter pensado. E ali, junto ao caixão da companheira, recordou a coincidência de haver sido aquela mesma sala o local em que a vira pela primeira vez.
Conservava na alma, ainda, a poesia , a delicadeza da amizade dos primeiros tempos.
Sereno, continua ele a cuidar das crianças, da música, das árvores.
Sempre está lendo um novo livro e, pela manhã, os passarinhos pousam em seu ombro e comem migalhas em suas mãos.
Penso em Vovô Virgílio e não posso deixar de assemelhá-lo àquelas árvores de que fala Olavo Bilac:
Ele envelheceu “como as árvores fortes envelhecem: Na glória da alegria e da bondade, agasalhando os pássaros nos ramos, dando sombra e consolo aos que padecem.
 Maria Zenith Pessanha
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12 de setembro de 2010

AUTA DE SOUZA: "A COTOVIA MÍSTICA DAS RIMAS"!



Hoje é dia de recordarmos, com gratidão,  a nossa querida AUTA DE SOUZA, benfeitora espiritual de nossa Escola Jesus Cristo!


PEQUENA BIOGRAFIA

        "Auta de Souza nasceu em Macaíba, pequena cidade do Rio Grande do Norte, no dia 12 de setembro de 1876.
        Era filha de Eloy Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina de Souza, sendo irmã de dois políticos e intelectuais, Henrique Castriciano e Eloy de Souza.
        Ficou órfã de mãe, antes de chegar aos 3 anos de idade. Quase dois anos mais tarde, mais precisamente em janeiro de 1881, perderia também o pai.
       Em virtude da morte dos pais, Auta e os quatro irmãos mudam-se para Recife, onde vão morar com os avós maternos, no velho sobrado do Arraial.  Quando então, com 10 anos de idade, assiste à morte trágica do irmão Irineu. Era um 15 de fevereiro de 1887, quando o irmão subiu ao andar superior do sobrado com uma lamparina de querosene. Houve uma explosão do candeeiro e Irineu foi envolvido pelas chamas.
       Estudou no Colégio São Vicente de Paulo, coordenado por religiosas francesas. É no Colégio São Vicente que aprende e domina o francês, o que lhe possibilita a leitura no original de autores como: Vitor Hugo, Chateaubriand, Fénelon, Lamartine
       Em 1890, aos 14 anos de idade, surgem os primeiros sinais da tuberculose. A avó Dindinha, após levá-la aos médicos de Recife , sem encontrar qualquer alternativa de cura, resolve retornar com toda a família para Macaíba (RN).
      Auta, então, abandona os estudos, indo em busca da cura no interior. O avanço da doença obriga-a a buscar cidades do interior de clima mais seco. Auta em companhia da avó Dindinha, começa a peregrinar por vários lugares: Fazenda Jardim, Araçá, Angicos, Nova Cruz, Utinga, São Gonçalo, com intervalos em Macaíba e Natal, e ainda na Serra da Raíz, na Paraíba...
      Em 20 de junho de 1900, publica Horto, seu primeiro e único livro de poemas, que foi prefaciado por Olavo Bilac. Em sessenta dias, a edição estava esgotada.
     A tuberculose, no entanto, não arrefece. Aos 24 anos, no dia 7 de fevereiro de 1901, em Natal, morre Auta de Souza.
     Nove anos após a morte da poetisa, em 1910, saía a segunda edição, em Paris, com ilustrações artísticas de D. Widhopff. Em 1936, a terceira, no Rio de janeiro, com prefácio de Alceu de Amoroso Lima.
    Antes da publicação de Horto, parte de seus poemas foram publicados em jornais como A Gazetinha, de Recife, O Paiz, do Rio de Janeiro, e A República, A Tribuna, o Oito de Setembro, de Natal, e nas revistas Oásis e Revista do Rio Grande do Norte. Nas edições seguintes de Horto, foram incorporados às publicações, alguns poemas inéditos deixados pela escritora.
    Na poética de Auta de Souza, podemos observar um acentuado lirismo e leves traços simbolistas. Em função da sua história de vida, temas como a morte e o universo infantil, são fartamente observados."

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Após a sua desencarnação, a nossa poetisa escreveu, pela psicografia de Chico Xavier, sonetos e trovas de profunda espiritualidade, em sua maioria,
reunidos no livro AUTA DE SOUZA,
 publicado pela editora IDE.

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PRECE A JESUS

Sê louvado, Senhor, pela bendita escola
Da verdade, em que a Fé por sol se descortina,
Restaurando de novo a Celeste Doutrina
Em que o Mundo se eleva e a Vida se acrisola.

Templo, celeiro, lar, aconchego, oficina,
Revelação, apoio, entendimento, esmola,
Tudo que ampara, educa, alivia ou consola
Em tudo aqui te exalta a Presença Divina!...

Enquanto o Mundo chora, anseia, luta e avança,
Faze de nossa casa um pouso de Esperança
Na construção do Bem à luz que te descerra...

Aspiramos contigo a ser, dia por dia,
Uma forja de paz que trabalha e confia,
Uma fonte de Amor na aspereza da Terra.
AUTA DE SOUZA

Psicografia: Francisco Cândido Xavier
( Desconhecemos a autoria da fotomontagem )

5 de setembro de 2010

Em Lembrança do Dia de Lill

Paizinho meu, se a jornada
É a vida sacrificada,
Continuemos assim.
Sigamos de pés sangrentos,
Que Jesus brilha no fim.
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Ouve, Mãezinha querida,
Teu regaço acolhedor,
É meu refúgio de amor,
Encanto dos dias meus.
Na estrada de minha vida,
És minha fada de luz,
Anjo bom que me conduz
Às bênçãos do amor de Deus.

Versos de Lill
(Psicografado por Chico Xavier)
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"Nina Arueira teve um sonho. Sonhou com um menino vestido como marinheiro que vinha correndo ao seu encontro e lhe enlaçava o pescoço num arroubo de ternura imensa. A sensação do sonho foi de tal forma real que ela despertou com um grande sentimento maternal inexplicável e indescritível. Folheando uma revista algum tempo depois, avistou uma foto que a deixou pasma. Era o seu filho do sonho que estava ali estampado naquela foto. Recortou-a e emoldurou-a. Era um lindo menino com roupa de marinheiro, cabelos grandes e soltos, com grandes franjas cobrindo-lhe a testa, olhos amendoados e brilhantes, um nariz levemente arrebitado e um grande sorriso nos lábios. A grande gola de marinheiro sobre os ombros, com listras horizontais davam a ela a sensação de que de alguma forma seu sonho houvera sido registrado pela câmara de alguém. Só lhe faltava um nome. Escolheu um nome incomum: Lill. Escolheu ainda um dia, o dia 05 de setembro para ser o seu dia, como se fosse o seu aniversário.
Nina e Clóvis tinham um hábito de se escrever em inglês. Era uma forma de manter uma certa privacidade em suas correspondências e ao mesmo tempo praticar o inglês. Sobre a foto do menino, ela escreveu : "our little sailor" ou "nosso marinheirinho".
O sonho do pequeno marinheiro lhes povoou a mente e sentiam os dois que já eram pais do Lill. Falavam dele como se já estivesse entre eles e dividiam seu tempo juntos com as suas conversas sobre o Brasil, sobre o futuro casamento, sobre Lill e sobre as crianças órfãs."

Texto extraído do livro: A Morte é Simples Mudança.
Autor: Carlos Vítor Mussa Tavares.
Psicografia: Francisco Cândido Xavier.
Organização: Flávio Mussa Tavares.

1 de setembro de 2010

Benfeitores e Amigos de Setembro

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03 Nascimento de Otávio Crisóstomo de Oliveira (1904)
04 – Nascimento de Laudelina Rocha [D. Loló] (1919)
06 – Desencarnação de Aurino Tavares (1952)
08 - Dia de São Tomás de Villanueva [São Tomás desencarnou em 08 de setembro de 1555, Valência - Espanha ]
09 Nascimento de Ma de Lurdes Oliveira [D. Lurdinha] (1932)
10 – Nascimento de Maria Dolores (1901)
12 – Nascimento de Auta de Souza (1876)
16 – Desencarnação de Juracy de Paula (1970)
20 – Desencarnação de Clícia Duncan Navega Dias (1987)
21 – Dia de São Mateus
22 – Nascimento de Caibar Schutel (1886)
23 – Nascimento de Hortelina Chaves [D. Caçula] (1903)
25 – Nascimento de Virgílio de Paula (1872)
25 – Desencarnação de Silvinho Lessa (1936)
27 – Nascimento de Ermelinda Maria S. Paula (1978)
28 – Nascimento de Amaro Riscado (1924)
28 – Desencarnação de Zeluska Vasconcelos (1984)
29 – Desencarnação de Maria João de Deus (1915)
30 – Nascimento de Leopoldo Machado (1881)
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Da estrela à raiz da erva
Vibra esta lei do Senhor:
O tempo apenas conserva
O que se faz por amor.
Auta de Souza
(Psicografia de Chico Xavier)