A Escola Jesus Cristo é uma instituição espírita fundada por Clóvis Tavares, sob inspiração espiritual de Nina Arueira, em 27/10/1935. Inicialmente denominava-se Escola Infantil Jesus Cristo, pois destinava-se a evangelização de crianças sob a luz da doutrina espírita, funcionando em pequena sala da casinha de D. Didi (mãe de Nina Arueira) aos domingos pela manhã, na antiga rua do Mafra; com a frequência de jovens e adultos, as aulas esclarecedoras do jovem Clóvis, a instituição perdeu o adjetivo, passando a denominar-se Escola Jesus Cristo - Instituição Espírita de Cultura e Caridade. O aumento do número de seus frequentadores levou a necessidade de mudar de local e, em 27 de outubro de 1939, no seu quarto aniversário, passa a funcionar em sua sede própria, adquirida pelo seu fundador com auxílio de amigos, na rua dos Goitacazes, 177 – Lapa, Campos dos Goytacazes/RJ. Atualmente, a instituição, funciona diariamente, com serviços de auxílio ao próximo e de aulas e pregações evangélicas e doutrinárias, descritos abaixo, em postagem do dia 30/08/2010.

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20 de julho de 2011

Um Pouco Sobre o Pai da Aviação

            “Amigos, Deus vos recompense.
            A lembrança da prece me comove as fibras mais íntimas.
            O espírito liberto esquece o homem prisioneiro.
            A alvorada não entende a sombra.
           Tenho hoje dificuldades para compreender a luta que passou e, não fosse a responsabilidade que me enlaça ainda ao campo humano, em vista das aflições que em povoaram as últimas vigílias na carne, preferiria que as vossas recordações, ainda mesmo carinhosas e doces, não me envolvessem o nome de lutador insignificante.
            Descobrir caminhos foi a obsessão do meu pensamento. Reconheço hoje, porém, que outra deve ser a vocação da altura.
            Dominar continentes e subjugar povos, através dos ares, será, talvez, extensão de domínio da inteligência perversa que se distancia de Deus. Facilitar comunicações às criaturas que ainda não se entendem, possivelmente será acentuar os processos de ataque e morte, de surpresa, nas aventuras da guerra. Dolorosa é a situação do missionário da ciência que se vê confundido nos ideais superiores. Atormentada vive a cultura que não alcançou o cerne sublime da vida.
            Terei errado, buscando rotas diferentes?
            Certo, não.
            O mundo e os homens aprenderão sempre.
            A evolução é fatal.
            Todavia, recolhido presentemente à humildade de mim mesmo, procuro caminhos mais altos e estradas desconhecidas, no aprendizado do roteiro para o Cristo, Senhor de nossas vidas.
            Não há vôo mais divino que o da alma.
            Não existe mundo mais nobre a conquistar, além do que se localiza na própria consciência, quando deliberamos converter-nos ao bem supremo.
            Sejamos descobridores de nós mesmos.
            Alcemos corações e pensamentos ao Cristo.
            Aprimoremo-nos para refletir a vontade soberana e divina do Alto por onde passarmos.
            Crescimento sem Deus é curso preparatório da queda espetacular.
            Humilharmo-nos para servir em nome Dele é o caminho da verdadeira glória.
            De qualquer modo, agradeço-vos.
            O trabalhador que repara as possibilidades para ser mais útil jamais se esquecerá de endereçar reconhecimento às flores que lhe desabrocham na senda.
            Crede! Não passo de servidor pequenino.
            Que o Senhor nos enriqueça com Sua divina bênção.”
A. Santos Dumont
            Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, na noite de 20 de julho de 1948, em Pedro Leopoldo-MG.
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Resumo Biográfico de Santos-Dumont:
            Alberto Santos-Dumont, nasceu no dia 20 de julho de 1873 no sítio Cabangu, no Distrito de Palmira, em Barbacena, MG. Filho de Henrique Dumont, engenheiro civil de obras públicas e mais tarde cafeicultor em Ribeirão Preto, SP, e de Francisca Santos Dumont, filha de tradicional família portuguesa vinda para o Brasil com D. João em 1808.
            O pai Henrique, de ascendência francesa, teve papel fundamental na trajetória do filho Alberto, pois percebendo nele o fascínio pelas, direcionou os estudos do rapaz para a mecânica, a física, a química e a eletricidade.
            Em 1891, Alberto contando 18 anos, emancipado pelo pai, foi para Paris completar os estudos e perseguir o seu sonho de voar, surgido aos 15 anos com a visão, nos céus de São Paulo, de um balão livre. Ao chegar em Paris, Alberto se admira com os motores de combustão interna a petróleo que começavam a aparecer impulsionando os primeiros automóveis e compra um para si, esquadrinhando todo o seu funcionamento. Logo estava promovendo e disputando as primeiras corridas de automóveis em Paris.
            Com a morte do pai um ano depois, o jovem Alberto sofre um duro golpe emocional, mas as palavras do velho Henrique não foram esquecidas. Alberto continua os estudos e não se deixa levar pelos encantos perigosos da Cidade-Luz.
            Em 1897 Alberto, já conhecido como Santos-Dumont, faz seu primeiro vôo num balão livre alugado. Um ano depois projeta e constrói, com a ajuda de operários e construtores de balões franceses, seu primeiro balão livre, o “Brasil”, homenageando sua pátria. Logo em seguida, associando os leves motores de combustão interna a petróleo a seus leves balões e construindo engenhosos lemes, Santos-Dumont inventa os balões dirigíveis: Balão 1, Balão 2, Balão 3, Balão 4, Balão 5, Balão 6, que se sucedem em prêmios no Aeroclube de França e sucesso na imprensa européia, imprensa norte-americana e no Brasil. O inventor agora é o centro das atenções, despertando o interesse militar para seus balões.
            Em 1905, na platéia de uma corrida de lanchas num quente verão em Cote D’Azur, Santos-Dumont avista uma potente lancha com motor Antoinette de 24 HP, e começa aí a planejar o mais-pesado-que-o-ar. Aproveitado o sucesso dos planadores, o inventor constrói o primeiro avião, o 14 bis, com o motor Antoinette, usando o balão nº 14 para testes de estabilidade. Já em 7 de setembro de 1906 o 14 Bis deu um primeiro salto no ar, mas faltou potência. Em 23 de outubro, com motor Antoinette de 50 HP, o 14 Bis voou, decolando, mantendo-se no ar por uma distância de 60 metros, a três metros de altura e aterrissou. Era o primeiro voo homologado do mais-pesado-que-o-ar, para uma multidão de testemunhas eufóricas no campo de Bagatelle. Toda a imprensa francesa no dia seguinte louvou o fato histórico. Era o triunfo de um obstinado brasileiro e a conquista do prêmio Archdeacon oferecido pelo Aeroclube de França. O dinheiro do prêmio foi distribuído para seus operários e os pobres de Paris, como era o costume do inventor. 
           Santos-Dumont recebeu diversas homenagens por toda a Europa, nos EUA e América Latina, em especial no Brasil, onde foi recebido com festas e euforia. Seus projetos foram aperfeiçoados por outros aviadores e projetistas, já que ele não os patenteava e não desejava adquirir bens materiais com suas invenções, mas idealizava dotar a Humanidade com meios de facilitar as comunicações, desgostando-se com o uso agressivo que o avião teve na I Guerra Mundial. Ainda projetando, vemos Santos-Dumont construir o avião n°19 e n°20, conhecido como Demoiselle, com grande sucesso. O 14 Bis teve uma decolagem auto-propelida, e por isso Santos Dumont é considerado por grande parte da comunidade científica e aeronáutica e, principalmente, no Brasil, como o Pai da Aviação.
            Em 1909, cansado e com a saúde já abalada por tantos perigos – afinal era projetista, financiador, construtor e piloto de testes de suas aeronaves – Santos-Dumont resolve deixar de lado os projetos aeronáuticos.
Retorna ao Brasil em 1915. No mesmo ano, participou do 11º Congresso Científico Pan-Americano nos Estados Unidos, tratando do tema da utilização do avião como forma de facilitar o relacionamento entre os países da América. Já com a depressão que ia acompanhá-lo nos seus últimos dias, encontrou refúgio em Petrópolis, onde projetou e construiu seu chalé "A Encantada": uma casa com diversas criações próprias, como um chuveiro de água quente e uma escada diferente, onde só se pode pisar primeiro com o pé direito. A casa atualmente funciona como um museu. Permaneceu lá até 1922, quando visitou a França chamado por amigos. Não estabeleceu mais um local fixo. Pemanecia algum tempo em Paris, São Paulo, Rio de Janeiro, Petrópolis e Fazenda Cabangu, MG. Neste mesmo ano, condecorou Anésia Pinheiro Machado, que durante as comemorações do centenário da independência do Brasil, fizera o percurso Rio de Janeiro-São Paulo num avião. Nesse mesmo ano, mandou erguer um túmulo para seus pais e para si mesmo, no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. O túmulo é uma réplica do Ícaro de Saint-Cloud.
Em 1932 ocorreu a revolução constitucionalista, em que o estado de São Paulo se levantou contra o governo revolucionário de Getúlio Vargas. Isso incomodava bastante a Santos-Dumont, que lançou apelos para que não houvesse uma guerra entre brasileiros. Santos Dumont veio a falecer no dia 23 de julho deste mesmo ano, aos 59 anos de idade.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Abaixo colocamos algumas reencarnações de Santos Dumont, reveladas por nosso Chico Xavier:
São Clodoaldo ou Saint Cloud, nasceu em 522, era filho de Clodomiro, rei de Orléans (morto em batalha em 524). Foi o primeiro santo de sangue real que a Igreja universal honrou com culto público. Ele e mais dois irmãos foram entregues aos cuidados da avó, S. Clotilde, viúva do rei Clóvis. Seus irmãos foram assassinados pelo próprio tio. Somente restou Clodoaldo, que escapou milagrosamente da chacina. Ele abandonou tudo e se consagrou inteiramente ao serviço de Deus, mediante uma vida solitária, nos arredores de Paris. Em 551, foi ordenado sacerdote. Terminou seus dias numa propriedade doada pelos tios, onde erguera uma igreja, vindo a falecer em 7 de setembro de 560. Ali surgiria mais tarde a cidade de S. Cloud, nome este com que os franceses o veneram seja como santo seja como príncipe valoroso. “Clodoaldo" significa "aquele que governa com fama".
Marco Polo, nasceu em Veneza - Itália, em 1254. Grande viajante que, juntamente com o seu pai, Nicolau Polo, e o seu tio, Maffeo, foi um dos primeiros ocidentais a percorrer a Rota da Seda. O seu relato detalhado das suas viagem pelo oriente, incluindo à China, foram durante muito tempo umas das poucas fontes de informação sobre a Ásia no ocidente. Faleceu em 8 de janeiro de 1324.
Cristóvão Colombo, local de nascimento é incerto, alguns historiadores afirmam que foi na Itália, por volta do ano 1451. Navegador e explorador que alcançou a América em 12 de Outubro de 1492 sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha. Crendo que a terra era uma esfera relativamente pequena, empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objectivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Caribe) e, mais tarde, as costas do Golfo do México na América Central. Faleceu  em 20 de maio de 1506, na Espanha, na mais completa pobreza.
            Bartolomeu Lourenço de Gusmão, nasceu em Santos - Brasil, em 1685. Foi um sacerdote jesuíta, cientista e inventor luso-brasileiro, famoso por ter inventado o primeiro aeróstato operacional. Como tal, é uma das maiores figuras da história da aeronáutica mundial. Faleceu em Toledo - Espanha, em 18 de novembro de 1724.
Joseph Michel Montgolfier, nasceu em 26 de agosto de 1740, na cidade de Lyon, França. Ao lado de seu irmão, Jaques Étienme Montgolfier, inventou e construiu o primeiro balão tripulado no ano de 1783 (utilizando o mesmo princípio de Bartolomeu de Gusmão). Neste mesmo ano, no dia 19 de setembro, perante o Rei Luis XVI e a Rainha Maria Antonieta, Joseph Montgolfier repetiu sua experiência, o balão voou por 25 minutos com dois ocupantes percorrendo mais ou menos 9 quilômetros. Faleceu em 26 de junho de 1810.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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13 de julho de 2011

O Bandeirante Cornélio Pires

Lendo livros ou jornais
Guarda no bem a cabeça,
Esqueçamos qualquer mal
Para que o mal nos esqueça.
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Poupa conversa e festança
Onde estejas e onde vais,
Qualquer tempo gasto em vão
É tempo que não vem mais.

(Trovas de Cornélio Pires,
psicografadas por Chico Xavier)
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        Cornélio Pires nasceu na cidade de Tietê, Estado de São Paulo, no dia 13 de julho de 1884. Homem de personalidade inconfundível, tornou-se figura popular e de bastante destaque em todo o Brasil, graças ao trabalho, por ele encetado, de viajar pelas cidades do Interior do Estado de S. Paulo e outros Estados, estreando na condição de caipira humorista.
        Dedicou-se ao jornalismo, trabalhando na redação do jornal "O Comércio de São Paulo". Posteriormente passou a exercer atividades nos jornais "O São Paulo" e "O Estado de São Paulo", tradicional órgão da imprensa paulista, onde desempenhou a função de revisor e, finalmente, no ano de 1914, passou a dar a sua contribuição ao órgão "O Pirralho".
        Numerosos escritores teceram comentários sobre a personalidade de Cornélio Pires e, para ilustração, passemos a citar Joffre Martins Veiga, que em seu trabalho "A Vida Pitoresca de Cornélio Pires", escreveu: "Ninguém amou tanto a sua gente como Cornélio Pires; ninguém se preocupou tanto com seus semelhantes como esse homem, que foi, antes de tudo, um Bom". O famoso poeta Martins Fontes, por sua vez, escrevendo sobre ele, afirmou: "é um bandeirante puro, um artista incansável, enobrecedor da Pátria e enriquecedor da língua".
        Admirado também pelo grande jornalista Amadeu Amaral, este deu-lhe a sugestão de tornasse um dos maiores divulgadores do folclore brasileiro. Pelos idos de 1910, Cornélio Pires lançou o livro "Musa Caipira", obra que foi largamente saudada pela crítica, graças ao seu conteúdo tipicamente brasileiro.
        No início do presente século, Cornélio Pires começou a freqüentar a Igreja Presbiteriana, entretanto não conseguiu conciliar os ensinamentos dessa religião com o seu modo de pensar. Ele não admitia a existência das penas eternas e de um Deus que desse preferência aos seguidores de determinadas religiões. O demasiado apego aos formalismos da letra, na interpretação dos textos evangélicos fez com que ele quase descambasse para o materialismo.
        Nessa época ele desconhecia o que era Espiritismo, entretanto, durante as suas viagens ao Interior, aconteceram com ele vários fenômenos mediúnicos, inclusive algumas comunicações do Espírito Emilio de Menezes, as quais muito o impressionaram. Como consequência ele passou a estudar obras espíritas principalmente as de Allan Kardec, Leon Denis, Albert de Rochas e alguns livros psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier.
        Dali por diante integrou-se decididamente no Espiritismo, interessando-se muito pelos fenômenos de efeitos físicos. Nos anos de 1944 a 1947 ele escreveu os livros "Coisas do Outro Mundo" e "Onde estás, ó morte?", tendo desencarnado quando escrevia "Coletânea Espírita".
        Em um de seus escritos sobre o Espiritismo, dizia ele: "O Espiritismo, mais cedo ou mais tarde, fará aos católicos romanos, aos protestantes e aos adeptos de outros credos, a caridade de robustecer-lhes a Fé, com os fatos que provam a imortalidade da Alma, que se transforma em Espírito ao deixar o invólucro material" e mais adiante "O Espiritismo nos proporciona a FÉ RACIOCINADA, nos arrebata ao jugo do dogma e nos ensina a compreender DEUS como Ele é".
        Pouco antes da sua desencarnação, que aconteceu na cidade de São Paulo, no dia 17 de fevereiro de 1958, Cornélio Pires, demonstrando que havia assimilado o preceito de Jesus Cristo: "Amai ao próximo como a ti mesmo", voltou para a cidade do Tietê e ali comprou uma chácara, onde fundou a "Granja de Jesus", lar destinado a crianças desamparadas. Infelizmente ele não chegou a ver a conclusão da obra.
        Cornélio Pires chegou a organizar o "Teatro Ambulante Cornélio Pires" perambulando de cidade em cidade, sendo aplaudido por toda a população brasileira por onde passava. Esse intento foi concretizado após ter abandonado a carreira jornalística.

Fonte: http://www.espiritismogi.com.br/biografias/cornelio.htm
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12 de julho de 2011

O Poeta das Chagas Redentoras

Cântico de Graças

Graças à dor, a estrada escura e incerta
Que eu trilhava na vida transitória,
Transformou-se em beleza, sonho e glória
No milagre de luz da chaga aberta.

Venturosa a oração triste e deserta,
Que alimentei na sombra merencória,
Guardando em mim a lodacenta escória
Que a lepra salvadora nos oferta.

O sofrimento  que lacera e oprime,
Em toda a Terra é lâmpada sublime
Que de bênçãos e júbilos se veste.

Glória à Divina Dor que nos garante
A  pureza da túnica brilhante
No banquete de amor do Lar Celeste.
Jésus Gonçalves
(Psicografado por Chico Xavier em 22/07/1949)
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Biografia:
            Jésus Gonçalves nasceu no dia 12 de julho do ano de 1902, em Borebi, interior de São Paulo. E logo, aos três anos de idade, sua mãe desencarna por conta de um tumor no intestino. A maior parte de sua infância, ele passa em Agudos - pequena cidade próxima à Borebi -, tutelado pelo tio.
            Com quatorze anos ele volta, com sua família, para a sua cidade natal, onde começa trabalhar temporariamente na Fazenda Boa vista, como cultor e beneficiador, ora de algodão, ora de café. Foi nessa época também que ele tem uma pequena iniciação na música e começa tocar um velho "baixo de sopro". Assim ele forma uma pequena banda, com o nome de "Bandinha de Borebi".
            Seu espírito de liderança e sua personalidade marcante, fazem-no ficar conhecido no vilarejo. Aos 17 anos muda-se para Bauru, onde freqüenta um colégio - Colégio São José - por algum tempo, não o suficiente para conseguir o diploma do ginásio.
            Trabalhando como Tesoureiro da Prefeitura, já com seus 20 anos, Jésus casa-se com Dona Theodomira de Oliveira, viúva com duas filhas. 8 anos depois, em 1930, ela desencarna por causa de uma tuberculose, deixando-o sozinho, cuidando de seis filhos.
            Nessa época ele, além de trabalhar na prefeitura, Jésus participa da "Jazz Band de Bauru" tocando clarinete. Ainda nas artes, ele também atuava e dirigia peças de teatro, de autoria própria, nos teatros locais. Paralelamente a essas atividades, Jésus colabora com os jornais "Correio da Noroeste" e "Correio de Bauru".
            Algum tempo após o desencarne de Theodomira, surge uma companheira: Anita Vilela, sua vizinha, que lhe ajudava a cuidar do lar. Casaram-se, uma união que duraria 12 anos, até o desencarne de Anita.
            Vem então a grande provação na sua vida: aos 27 anos é acometido pela Hanseníase, popularmente a lepra. Ele não compreenderia naquele momento, mas era cobrado dele um tributo por reencarnações passadas. Jésus, ateu e inconformado, busca dominar a dor no seu coração e as rudes condições que recaem sobre um leproso: a rejeição e o abandono da sociedade. É obrigado a entregar as filhas do primeiro casamento à tutela de parentes e parar suas atividades profissionais que preenchiam sua alma inquieta e sequiosa de trabalho.
            Jésus se afasta da sociedade, como era determinado pelas normas médicas em vigor na época. Em agosto de 1933, ele é recolhido pelo Serviço Sanitário e é internado no Asilo-Colônia Aymorés, recém inaugurado em Bauru. Por esperar por esse momento, Jésus não apresenta resistência para a internação. E apesar da reação resignada e de conformismo, é nessa época que ele se questiona sobre Deus: "Onde estava o Deus de que tanto se falava?" e entra num momento de revolta íntima.
            Na Colônia Aymorés, em Bauru, onde fica de 1933 a 1937, Jésus mostrava-se mais resignado com a convivência com os semelhantes e irmãos na dor, e é chamado de "mestre" por sua imensa disposição e capacidade de trabalho. Num curto espaço de tempo, internado no asilo, Jésus consegue várias amizades sinceras.
            Apesar da revolta e das frustrações, ele nunca se deixou levar à ociosidade e ao desânimo. Participa da criação de um pequeno jornal interno do asilo: "O Momento"; escreve e participa de peças teatrais; ajuda na criação do "Jazz Band de Aymorés"; e participa da equipe de futebol.
            Em setembro de 1937, devido a problemas hepáticos e fortes dores,  é internado no Hospital de Pirapitinguí em Itú para receber assistência médica. Em Pirapintinguí, Jésus logo se revela o mesmo indivíduo de destaque, um líder natural entre os internos, conquistando logo admiração e o respeito pelo seu caráter reto e íntegro e pela sua capacidade de realização e trabalho.             Funda a "Jazz Band ", a Rádio Clube de Pirapitinguí (existente até hoje) e um jornal interno, o "Nosso Jornal".
            Com o avanço da doença, tomando-lhe o corpo, os medicamentos vão tornando-se inoperosos. A dor, a angústia e a solidão o levam a buscar Deus, mas ele O nega ainda. Ninita, uma amiga do hospital a quem posteriormente se uniria em matrimônio, era estudiosa da Doutrina Espírita e tentava inutilmente esclarecer a mente materialista do ateu Jésus. Em 1943 Anita desencarnou, e no velório da mesma aconteceram diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência de alguns colegas seus e finalmente Anita passou uma mensagem para ele de uma forma bastante íntima onde Jésus não teve dúvidas da veracidade das informações: "Velho, não duvides mais, Deus existe!".
            Extremamente materialista ainda, mas bastante impressionado, buscou nos livros Espíritas as explicações para o contato. O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, foi o marco inicial da grande transformação que ocorreria em seu ser.
            Sua conversão definitiva ocorreu certo dia em que suas dores no fígado se apresentavam bem mais fortes que de costume. Os remédios não surtiam efeito e resolveu então chamar por aquele "Deus" no qual ainda não acreditava: retirou um copo de água da talha, colocou-o na mesa da cozinha, e desafiou: – Se Deus existe mesmo, dou cinco minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie a dor!
            Quando bebeu a água sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. Após dois minutos nada mais sentia, e ficou ao mesmo tempo agradecido e espantado. Reexamina então as suas bases materialistas e nos dias seguintes, já com suficientes provas e chamamentos, pôs-se a buscar nos estudos de obras espíritas as respostas que sempre procurou.
            A Doutrina Espírita saciou-lhe a sede de explicações, fez-lhe beber nas fontes da lógica e do bom senso, a água límpida da Verdade. Buscou elucidar seus companheiros e irmãos na dor com a noção de Justiça Divina e submissão a dor, e como sempre, tudo fazia junto aos internos para melhoria da vida comunitária no Hospital. Nesta época, rejeitou o apelido "mestre", pelo qual era chamado desde Aymorés, devido a sua reconhecida superioridade intelectual e temperamento de líder.
            Dedicou-se então, com o mesmo empenho que lhe era característico da alma, a construção e edificação de um centro espírita em Pirapitinguí. Devido a falta de recursos, buscou ajuda junto às comunidades espíritas para a construção do centro e estabeleceu um elo de ligação sem precedentes entre os leprosos e a sociedade. Sua iniciativa desperta os companheiros de Doutrina em diversas localidades, Diversas caravanas Espíritas passaram a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos internos. Estas caravanas pioneiras abriram novas frentes de trabalho, não só aos praticantes da Doutrina, mas incentivando também outras religiões em iniciativas semelhantes.
            Fundou em 1945 a "Sociedade Espírita Santo Agostinho". Jésus participou ativamente das atividades do "Santo Agostinho", sempre movimentadas por um espírito de ação e dedicação sinceras: distribuição de sopa aos mais necessitados do Hospital, palestras de estudos e elucidação dos companheiros, orientação espiritual, sessões de desobsessão.
            A doença, já em estado bastante evoluído, tirava os movimentos de Jésus, tomando-lhe a capacidade de trabalhar e de estar fisicamente nas atividades do "Santo Agostinho", que tanto lhe preencheram a alma nesta fase da sua vida. Porém tudo fez para não se afastar do trabalho, e construiu uma casinha nos fundos do centro.
            Vinte dias antes de desencarnar, um fato marcou profundamente Pirapitinguí e o coração dos espíritas: com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo, e também as cordas vocais, foi à sessão espírita e para a surpresa das 300 pessoas presentes, os Mentores da Casa devolveram-lhe a voz e aí fez uma preleção de quase 2 horas de elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da preleção Jésus simplesmente perdeu novamente a voz. Na semana seguinte, o fenômeno se repetiria pela última vez.
            Ele sofreu muito nos últimos dias, o seu corpo estava completamente deformado pela doença, seu rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar. Apesar das tentativas médicas, e lentamente desligava-se do corpo físico. E sua alma então libertava-se de sua existência árdua e espinhosa, mas sobretudo, purificadora. Em 16 de fevereiro de 1947 desencarna Jésus Gonçalves, o Apóstolo de Pirapitinguí, o Poeta das Chagas Redentoras. Jesus Gonçalves, depois de desencarnado, pediu que lhe chamassem Jésus, pois achava-se indigno de usar o mesmo nome de Jesus.
Fonte - http://www.jesusgoncalves.org.br/biografia.htm
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8 de julho de 2011

Humilde Lembrança

        Hoje comemoramos os 84 anos do início da MEDIUNIDADE santa de Francisco Cândido Xavier.
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“Humilde Lembrança”

“Comoveram-me muito estas palavras de uma confissão do Mahatma Gandhi: “Não sou um homem de letras, nem um cientista, mas pretendo humildemente ser um homem de oração. Foi a oração que salvou a minha vida”...
Neste cinqüentenário do mandato mediúnico de Francisco Cândido Xavier, o humilde e bom Chico Xavier, inúmeros corações recordam seu inegável valor, nos polivalentes aspectos de sua missão gloriosa.
Sua magnífica obra espiritual – cento e cinqüenta volumes psicografados... Seu trabalho assistencial junto aos sofredores e aos humildes da terra dos homens... Seu inesgotável amor a repartir-se em pão da vida entre milhões de filhos do Calvário... Sua paciência sobre-humana ante os gemidos e o clamor dos aflitos... Suas virtudes de servidor fiel do Evangelho no lar e fora do lar, junto aos bons e aos desgarrados para com os pobres e para com os ricos, entre os sorrisos das criançinhas e nos vales da sombra da morte...
Tudo está sendo lembrado e meditado, para nossa edificação, nos templos e nos lares espíritas, com o mais vivo sentimento de gratidão, ao recordarmos este meio século de trabalhos e de renúncia, de luz e de martírio desse Discípulo Fiel, de coração mais alvo do que a neve...
(...) À semelhança de Gandhi, Chico não é um homem de letras, nem um teólogo, nem um cientista. Contudo, além dos títulos mais valiosos que estes, que estão registrados na Eternidade, ele é um homem de oração.
Isso significa, nem mais nem menos, que é uma alma profundamente identificada com o Plano Divino. Tenho tido a ventura de testificar (tanto quanto possível, sem ferir a privacidade de sua vida) a sublime vivência espiritual de nosso admirável Amigo. É ele um verdadeiro filho de Deus, nascido e renascido do Espírito. É um coração que ternamente se reclinou junto ao coração do Mestre Divino, traduzindo sem palavras, mas numa vida inteira, as sístoles e diástoles da Alma Sublime de Jesus, seu refúgio e fortaleza.
E nesse espírito de comunhão com o Alto ele tem nobremente vivido, e tem sofrido dores que o mundo desconhece, e tem realizado milagres de amor, e tem socorrido multidões torturadas e sofredoras. Tudo em nome de Deus, e por amor de Deus, e para glória de Deus.
(...) Santo Amigo, Amorável Benfeitor, Mensagem Viva de Deus: Vejo-te qual gaivota de luz, ora em altíssimos vôos pelas Esferas e Santuários do Céu, ora pousando serenamente no Coração da Rocha dos Séculos... E mal posso balbucear: Chico querido, Deus te abençoe, Deus te abençoe!...”
Clóvis Tavares
  (08/07/1977)

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1 de julho de 2011

Benfeitores e Amigos de Julho

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01 Desencarnação de Gilda Duncan Tavares (2003)
02 Desencarnação de Artur Xavier dos Santos (1969)
03 Nascimento de Odorico de Souza Gomes (1909)
03 Desencarnação de Hortelina Chaves [D. Caçula] (1992)
06 Desencarnação de Ernesto Bozzano (1942)
07 Desencarnação de Sir Arthur Conan Doyle (1930)
08 Desencarnação de Eusápia Paladino (1917)
08 Início da Mediunidade Psicográfica de Chico Xavier (1927)
09 Desencarnação de José Amaral (2011)
11 Desencarnação de Maria dos Anjos Coelho [D. Mariquinhas] (1983)
12 Nascimento de Ismael Gomes Braga (1891)
12 Nascimento de Jésus Gonçalves (1902)
12 Desencarnação de Sílvio Navega Dias (1994)
13 Nascimento de Cornélio Pires (1884)
13 Desencarnação de Afonsina Rocha (1986)
18 Desencarnação de Maria de Lurdes Oliveira [D. Lurdinha] (...)
19 Dia de São Vicente de Paula
20 Dia do Amigo
20 Nascimento de Alberto Santos Dumont (1873)
21 Desencarnação de Laudelina Rocha [D. Loló] (2001)
22 Desencarnação de Romilda Neto (1984)
23 Desencarnação de Alberto Santos Dumont (1932)
25 Dia de São Thiago (maior)
27 Desencarnação de Maria Dolores (1958)
28 Desencarnação de Clóvis Medina (1992)
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         Não há vôo mais divino que o da alma.
         Não existe mundo mais nobre a conquistar, além do que se localiza na própria consciência, quando deliberamos converter-nos ao bem supremo.
A. Santos Dumont
(Psicografado por Chico Xavier)
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