A Escola Jesus Cristo é uma instituição espírita fundada por Clóvis Tavares, sob inspiração espiritual de Nina Arueira, em 27/10/1935. Inicialmente denominava-se Escola Infantil Jesus Cristo, pois destinava-se a evangelização de crianças sob a luz da doutrina espírita, funcionando em pequena sala da casinha de D. Didi (mãe de Nina Arueira) aos domingos pela manhã, na antiga rua do Mafra; com a frequência de jovens e adultos, as aulas esclarecedoras do jovem Clóvis, a instituição perdeu o adjetivo, passando a denominar-se Escola Jesus Cristo - Instituição Espírita de Cultura e Caridade. O aumento do número de seus frequentadores levou a necessidade de mudar de local e, em 27 de outubro de 1939, no seu quarto aniversário, passa a funcionar em sua sede própria, adquirida pelo seu fundador com auxílio de amigos, na rua dos Goitacazes, 177 – Lapa, Campos dos Goytacazes/RJ. Atualmente, a instituição, funciona diariamente, com serviços de auxílio ao próximo e de aulas e pregações evangélicas e doutrinárias, descritos abaixo, em postagem do dia 30/08/2010.

Pesquisar este blog

14 de dezembro de 2010

Sílvio Navega - Presidente e Grande Amigo da Escola

            Sílvio Navega Dias nasceu no dia 14 de dezembro de 1912, em Santo Antônio de Pádua-RJ, e faleceu em 12 de julho de 1994, em Campos dos Goytacazes-RJ. Foi Presidente e Vice-presidente por diversos anos de nossa Escola. Um ser humano extremamente afetuoso, dedicado, fiel e sincero. Verdadeiro Amigo de seus amigos. Abaixo colocamos um trecho de sua entrevista realizada em 11/09/1993 (meses antes de sua desencarnação) por Rubens Fernandes Carneiro e Flávio Mussa Tavares.
*****
*****
1 - Como que se tornou espírita?
            Era católico, cheguei a ser sacristão. Depois com a luta, com o sofrimento, fui me decepcionando com Deus. Chamei o padre e disse que não era possível Deus ser tão bom como eu cria que era e as pessoas sofrerem tanto. Havia uma parcialidade, uma desigualdade de tratamento com seus filhos. O padre disse que eu estava de cabeça torta.
            Esse conflito se deu entre 15 e 20 anos. Saí de Santo Antônio de Pádua com 25 anos. Depois de 4 ou 5 anos, fui para Niterói e, convidado para participar de uma reunião espírita.
            Até 1942, frequentei só sessão espírita, nunca havia assistido  a palestras. Fui saber o que era Espiritismo estudado, em Campos.  Espiritismo até Clóvis Tavares, Espiritismo de Clóvis Tavares em diante.
            Quando vim para Campos, no primeiro ano, não frequentei nada. Comecei a namorar Clícia. Em 1943,  fiquei noivo, passei a freqüentar a Escola Jesus Cristo. Maria  Augusta (irmã de Clícia) já trabalhava com Clóvis. Em pouco tempo, conheci Clóvis, mas sempre meio distante dele. Eu sempre vi nele uma estrela de primeira grandeza. Sempre tive muito respeito à pessoa dele.

2 -  Quando começou a fazer parte da Diretoria?
            Não me lembro bem porque fui entrando à medida que fui me envolvendo. Em lugar onde frequento, não sei ficar parado, não sei ficar neutro.             Clícia me disse, um dia, que Clóvis sugeriu que eu fizesse parte da Diretoria.

3 - Sobre os trabalhadores da primeira hora, tem algum fato importante que tenha marcado o Senhor?
            Quando o prédio novo foi inaugurado, em 1957, foi o Centenário do Espiritismo e inauguramos aquela pedra que Clóvis chamou de  dólmen  em homenagem aos druidas. Fui buscar a pedra de 960 Kg, em Morro do Coco, com um caminhão velho, caindo aos pedaços. O caminhão desceu do morro às carreiras. O caminhão perdeu o freio, a pedra quase furou a cabine. Se não tivesse um tronco no caminho, o caminhão estava descendo até hoje. Um milagre!
            Outro milagre foi tirá-la do caminhão e colocá-la no lugar, em pé, com as mãos e à noite, e já no prumo! Aquilo foi Deus que ajudou. Foi um fato que me impressionou!
            Para a inauguração, lembro que a última coisa colocada foi o presente de Seu Octávio, aquele painel. Um grande companheiro. Sabia valorizar a riqueza e distribuir com utilidade. Deixou parte de seus rendimentos para a Escola que se beneficiou grandemente.

4 - Você se firmou na Escola pela direção de Clóvis?
            Eu me lembro de quando Peixotinho veio para Campos. Chegou a freqüentar o Grupo Emmanuel, mas Clóvis não quis que se implantasse sessão de materialização na Escola, pra evitar problemas. Clóvis enxergava longe. Tinha olhos de raio-X.
            Um dos fatos que me marcaram foi quando Clóvis fraturou o fêmur. Eu participei da vida dele por dentro. Carreguei ele no colo com João Amaral, para bater chapa. Eu chorava por dentro de ver a dor que ele sentia.
            Clóvis entrou na vida da gente de uma maneira!.... Eu fui parar na UTI por conta do discurso em comemoração do 9º aniversário de falecimento dele. Eu disparei a chorar e disparou tudo! Ele era a razão de ser do Espiritismo em Campos.

5 - Há influência da Escola Jesus Cristo em Macaé, Itaperuna, São Fidélis?
            Em Pádua, minha terra. A prática doutrinária se modificou assustadoramente. Quem fundou o Grupo Espírita de Pádua foi Mário Barros e Henrique Barros, amigos meus de infância, que beberam na Escola Jesus Cristo primitiva de Clóvis Tavares. Perguntei se estavam imitando a Escola, eles disseram que a estavam seguindo.

6 - Como era o entrelaçamento entre Chico Xavier com a Escola Jesus Cristo e Clóvis Tavares?
            Em uma das visitas de Chico Xavier a  Campos, ele esteve em minha casa de Atafona, no dia 19/01/1967. Eu não estava, só Clícia. No dia seguinte era aniversário de Clóvis e fui cumprimentá-lo e agradecer por ter levado Chico à minha casa.
            Quando cheguei à casa de Clóvis, ele veio até a porta e falou logo que não me deixaria entrar para ver Chico, porque não podia abrir precedente. Chico tinha vindo para descansar! Quando queria uma coisa, cortava qualquer assunto que pudesse desviar o que pretendia.
            Falei que não havia ido lá para ver Chico Xavier. Havia ido cumprimentá-lo e agradecer o que fez. Nesse momento, Chico aparece e diz: “Navega, meu amigo, você não esqueceu que você, pra mim, é um homem trabalhador!” Eu disse: “Agora, Clóvis, você não vai me proibir.” Ele ficou encabulado. Rui Ribeiro e outros  entraram e aproveitaram para abraçar Chico!

07 - Como vê a Escola Jesus Cristo hoje?
            Sob um aspecto, vejo  como vi no primeiro dia. A Escola, pra mim, é um pedaço do céu que Deus jogou lá de cima e caiu na Rua dos Goitacazes, 177.  A Escola é uma porta do céu!

08 - Como interpreta os versos de Casimiro Cunha: “ ...antes de entrar, meu irmão,/ Deixes, lá fora, as sandálias/ Com que adoraste a ilusão.”?
            É o cá e o lá. Cá fora, o mundo; lá dentro, a bênção de Deus.
            Nunca me pegam, na Escola, conversando antes dos atos religiosos. Sempre vou bater papo depois que termina o passe.

09 - Deixe uma mensagem para os freqüentadores da Escola.
            O que eu diria a todos é que a Escola é diferente de tudo que conheço em matéria de Espiritismo. Frequentar a Escola é encarar com seriedade. Ela é, vou repetir, um pedaço do céu. A gente, quando está lá, é como dizia o apóstolo Paulo: “Quem está em Cristo nova criatura é.”  Viver na Escola é viver em Cristo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário